O câncer de pâncreas é uma doença que afeta um órgão responsável pela produção de enzimas digestivas e hormônios reguladores do açúcar no sangue. A formação de tumores no pâncreas ocorre quando as células crescem de maneira anormal e descontrolada, resultando em uma condição extremamente grave que pode impactar profundamente tanto a sobrevida quanto a qualidade de vida dos pacientes.
Sintomas do Câncer de Pâncreas
Infelizmente, o câncer de pâncreas é frequentemente diagnosticado em estágios avançados devido à natureza silenciosa e inespecífica de seus sintomas iniciais. Entre os sinais mais comuns estão:
– Icterícia: Caracterizada pelo amarelecimento da pele e dos olhos, causado pelo acúmulo de bilirrubina devido à obstrução do ducto biliar comum.
– Urina escura: Indicativo de excesso de bilirrubina.
– Coceira: Provocada pela bilirrubina depositada na pele, irritando as terminações nervosas.
– Fezes claras ou oleosas: Resultantes da ausência de enzimas biliares e pancreáticas no intestino.
– Dor abdominal e nas costas: Provocadas pela compressão de órgãos ou disseminação para nervos próximos.
– Náuseas e vômitos: Causados pela pressão do tumor no estômago.
– Perda de apetite e peso: Problemas comuns devido ao impacto do tumor.
– Aumento da vesícula biliar: Detectado durante exames físicos.
– Hepatomegalia: Aumento do fígado devido à disseminação do tumor.
– Coágulos sanguíneos: A trombose venosa profunda pode ser desencadeada pelo tumor.
Diagnóstico do Câncer de Pâncreas
Não há exame preventivo para o câncer de pâncreas. O diagnóstico do câncer de pâncreas quanto assintomático é realizado frequentemente ao acaso. Exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, são os melhores para visualizar o tumor, mais ainda assim, na maior parte das vezes quando já maiores que 2,0 cm.
Se essas imagens levantarem a suspeita de câncer, são realizados testes de sangue para marcadores tumorais como CA19-9 e antígeno carcinoembrionário e uma biópsia guiada por tomografia, ultrassonografia ou ecoendoscopia.
Prevenção
Embora não haja uma maneira garantida de prevenir o câncer de pâncreas, adotar hábitos saudáveis pode reduzir o risco:
- Dieta equilibrada: Consumo variado de frutas, verduras, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis.
- Peso saudável: Manutenção do peso corporal adequado através de dieta e atividade física.
- Evitar álcool e tabaco: O consumo excessivo de álcool e o tabagismo são fatores de risco conhecidos.
- Atividade física: Exercícios regulares ajudam a manter a saúde geral.
- Check-ups regulares: Consultas periódicas com o médico podem detectar problemas precocemente.
Câncer de pâncreas tem tratamento?
O câncer de pâncreas é notoriamente difícil de se tratar, especialmente em estágios avançados. A cirurgia é vista com o único tratamento curativo, porém só é possível em tumores iniciais. Em casos localmente avançados e metastáticos, a quimioterapia se impõe com combinações de quimioterapias modernas.
Para pacientes com câncer localmente avançado (estágio 3), novos tratamentos estão oferecendo uma alternativa, dentre eles, destaca-se a Eletroporação Irreversível (Nanoknife)
A Eletroporação irreversível é uma tecnologia inovadora que usa pulsos elétricos de alta intensidade (3000 Volts) para destruir células cancerosas. Este método é uma forma de ablação não térmica que cria poros nas membranas das células tumorais, levando à morte celular. É minimamente invasivo, podendo ser realizados sem cortes, apenas com posicionamento de agulhas finas ao redor do tumor guiado por tomografia e adequado para tumores que não podem ser removidos cirurgicamente, em estágios avançados com infiltração dos vasos.
Indicações do Nanoknife:
- Tumores localmente avançados: Quando há infiltração de vasos, impedindo a ressecção.
- Tumores borderline: Utilizado por cirurgiões para ampliar as margens e reduzir o risco de recorrência.
- Pacientes sem condições cirúrgicas: Como idosos (acima de 75-80 anos) que não podem passar por combinações de quimioterápicos ou por uma grande cirurgia.
- Estágio 4 com controle prolongado: Tratamento primário com eletroporação e poucas lesões hepáticas com ablação por micro-ondas ou radiofrequência em pacientes que foram bons respondedores ao tratamento quimioterápico.
O procedimento com Nanoknife é guiado por tomografia e ultrassom, onde agulhas são inseridas no tumor e pulsos elétricos são aplicados para destruir as células cancerosas. Este método é pouco invasivo, resultando em menor tempo de recuperação, usualmente 24 horas de internação, e menos dor para os pacientes.
Embora ainda seja uma técnica relativamente nova, a ablação por Nanoknife é realizado há mais de 10 anos na europa e EUA e representa um avanço promissor no tratamento do câncer de pâncreas, proporcionando um tratamento para aumentar a sobrevida dos pacientes não candidatos a cirurgia tradicional ou robótica.
O câncer de pâncreas é uma doença grave com desafios significativos no diagnóstico e tratamento. No entanto, a inovação em tratamentos minimamente invasivos, como eletroporação irreversível (Nanoknife), oferece novas esperanças para pacientes que enfrentam esta difícil condição.