O câncer de pâncreas é uma doença silenciosa e preocupante, muitas vezes descoberta em estágios avançados devido à falta de sintomas específicos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), essa condição representa cerca de 1% dos diagnósticos de câncer e ocupa a 14ª posição entre os tipos mais frequentes no Brasil.
Este é um quadro delicado que exige atenção e conhecimento. Neste artigo, explicaremos o que é o câncer de pâncreas, seus fatores de risco, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento, além de como você pode buscar ajuda especializada.
O que é o pâncreas?
O pâncreas é uma glândula localizada na parte superior do abdome, logo abaixo do estômago, com ligação direta ao duodeno. Ele desempenha duas funções principais:
- Digestiva: produz enzimas que auxiliam na digestão de alimentos, como a amilase, lipase e tripsina.
- Endócrina: produz hormônios como insulina, glucagon e somatostatina, que regulam o metabolismo.
Sua localização e funções essenciais tornam o diagnóstico e tratamento de doenças, como o câncer, ainda mais desafiadores.
Fatores de risco
Os fatores de risco podem ser divididos em dois grupos:
1. Fatores modificáveis
- Tabagismo;
- Consumo excessivo de álcool;
- Obesidade;
- Diabetes mal controlado;
- Exposição a substâncias químicas; e
- Pancreatite crônica não hereditária.
2. Fatores não modificáveis
- Idade avançada;
- Gênero (homens têm maior incidência);
- Histórico familiar; e
- Pancreatite crônica de origem genética.
Sintomas: o que observar?
Os sintomas iniciais do câncer de pâncreas podem ser vagos, o que contribui para diagnósticos tardios. Entre os mais comuns estão:
- Icterícia: amarelamento da pele e dos olhos devido ao acúmulo de bilirrubina.
- Perda de apetite e peso: consequência do processo inflamatório no organismo.
- Dor abdominal ou nas costas: decorrente da compressão de órgãos e nervos pelo tumor.
- Indigestão: resultante da pressão do tumor no estômago, causando náuseas e vômitos.
Diagnóstico: como é feito?
O diagnóstico do câncer de pâncreas segue etapas importantes:
- Histórico clínico: investigação de sintomas, histórico familiar e fatores de risco.
- Exames de imagem: tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassonografia para visualizar o pâncreas e possíveis tumores.
- Exames de sangue: identificação de marcadores tumorais, como CA19-9 e antígeno carcinoembrionário (CEA).
- Biópsia: coleta de tecido para análise, feita por técnicas percutâneas, endoscópicas ou cirúrgicas.
Novas tecnologias aliadas a tratamentos
A escolha do tratamento depende do estágio da doença, condição de saúde do paciente e preferências pessoais. Entre as opções, destacam-se:
- Cirurgia: remoção parcial ou total do pâncreas. Viável em menos de 20% dos casos devido ao diagnóstico tardio.
- Radioterapia e quimioterapia: tratamentos tradicionais que ajudam a reduzir tumores e evitar metástases.
- Tecnologias minimamente invasivas: incluem a eletroporação irreversível (nanoknife), que utiliza pulsos elétricos para destruir células cancerígenas sem danificar tecidos saudáveis.
É possível prevenir o câncer de pâncreas?
Embora não haja uma garantia de prevenção total, adotar um estilo de vida saudável pode reduzir significativamente os riscos:
- Manter uma dieta equilibrada;
- Controlar o peso e a glicemia;
- Praticar exercícios regularmente; e
- Evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool.
Procure ajuda especializada
O câncer de pâncreas é uma doença desafiadora, mas não significa que não há esperança. O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento. Se você apresenta sintomas ou possui fatores de risco, não espere. Sua saúde é a prioridade!