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Câncer de pâncreas em idosos: quando a eletroporação pode ser uma alternativa à cirurgia?

O câncer de pâncreas é, infelizmente, um dos tipos mais agressivos e desafiadores de serem tratados dentro da oncologia. E, quando ele acomete pacientes idosos, o cenário se torna ainda mais delicado. A partir dos 65 anos, a incidência da doença aumenta consideravelmente, o que, somado ao crescimento da expectativa de vida, torna esse diagnóstico cada vez mais comum nos consultórios médicos.

Neste artigo, você vai conferir os principais fatores que influenciam a escolha entre a cirurgia tradicional e a eletroporação, um tratamento inovador e menos invasivo para o câncer de pâncreas em pacientes idosos. Vamos explorar os critérios que norteiam essa decisão, o papel da vontade do paciente e as possibilidades futuras com o avanço da oncogeriatria.

Um desafio que exige sensibilidade

Tratar o câncer de pâncreas em pacientes com idade avançada vai além de aplicar protocolos padrão. Envolve olhar com cuidado para as condições gerais de saúde, as comorbidades, o estado funcional e, principalmente, para o desejo do paciente.

Embora muitas vezes a idade seja um fator levado em conta nas primeiras conversas, ela não deve ser o único critério determinante. Há idosos de 80 anos com plena capacidade funcional e clínica para encarar uma cirurgia, enquanto outros, aos 65, podem apresentar limitações severas.

Por isso, a tomada de decisão deve sempre passar por uma avaliação multidisciplinar, envolvendo oncologistas, cirurgiões, nutricionistas, fisioterapeutas, anestesistas, geriatras, entre outros especialistas. O objetivo é formar um panorama completo da saúde do paciente para, a partir disso, avaliar os riscos e benefícios de cada alternativa terapêutica.

A importância de avaliar o perfil do paciente

Não se trata apenas de “pode ou não pode operar”. Cada paciente tem uma história de saúde diferente. O estado nutricional, a presença de doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos ou pulmonares, além da força muscular e da cognição, influenciam diretamente na escolha do melhor tratamento.

É aí que entra a capacidade funcional como critério importante. Pacientes que se movimentam bem, se alimentam adequadamente e mantêm uma rotina ativa geralmente respondem melhor aos tratamentos oncológicos, mesmo os mais invasivos.

Cirurgia: o padrão – ouro, mas nem sempre a melhor escolha

A cirurgia para remoção de tumores no pâncreas, como a duodenopancreatectomia, procedimento conhecido como cirurgia de Whipple, ainda é considerada o tratamento padrão ouro quando o tumor é ressecável. No entanto, trata-se de um procedimento extenso, com recuperação delicada e riscos consideráveis, especialmente em pacientes com maior fragilidade.

Mesmo em centros de referência, a taxa de mortalidade pode chegar a 10%, e as complicações pós-operatórias, como infecções, fístulas pancreáticas ou dificuldades na digestão, não são incomuns.

Em idosos frágeis ou com contraindicações clínicas, essa abordagem pode representar mais riscos do que benefícios. É nesse contexto que a eletroporação ganha espaço como uma alternativa promissora.

Eletroporação: menos invasiva e com bons resultados

A eletroporação é um procedimento minimamente invasivo que utiliza pulsos elétricos para destruir as células tumorais, preservando os tecidos ao redor. É especialmente útil quando o tumor está próximo de vasos sanguíneos importantes ou quando a cirurgia é contraindicada.

Esse tratamento pode ser realizado por via percutânea (através da pele) ou laparoscópica (com pequenas incisões), o que reduz o tempo de recuperação e os riscos associados à cirurgia convencional. Além disso, pode ser combinado com a radioterapia, potencializando seus efeitos e aumentando as chances de controle local do tumor.

Em alguns casos, a eletroporação também é utilizada como complemento à cirurgia, ajudando a garantir margens livres em áreas de difícil ressecção, como aquelas próximas à artéria hepática ou à veia mesentérica superior.

O que o paciente quer também importa

Mais do que nunca, o desejo do paciente precisa ser considerado. Muitos idosos, mesmo com boas condições clínicas, optam por tratamentos menos agressivos por conta do medo da cirurgia, do tempo de internação ou da recuperação prolongada.

Oncogeriatria: o futuro da medicina personalizada no tratamento oncológico

A boa notícia é que a medicina está cada vez mais caminhando para um modelo centrado na pessoa, e não apenas na doença. A oncogeriatria, especialidade focada no cuidado oncológico do idoso, vem ganhando espaço justamente por trazer um olhar mais amplo, integrando aspectos clínicos, emocionais, funcionais e sociais na tomada de decisão.

Com o avanço das terapias menos invasivas, como a eletroporação, pacientes que antes não teriam opções passam a ter uma nova chance de tratamento, com qualidade de vida preservada e resultados promissores.

Bem-estar no centro da escolha

Decidir entre cirurgia e eletroporação no tratamento do câncer de pâncreas em idosos é um processo que exige análise criteriosa, empatia e, acima de tudo, escuta ativa. Não existe uma única resposta certa, existe o que faz mais sentido para aquele paciente naquele momento da vida.

Se você ou alguém próximo está enfrentando essa decisão, converse com a equipe médica, esclareça todas as dúvidas e lembre-se: seu bem-estar e qualidade de vida devem estar no centro de qualquer escolha. 

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